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Dr. Leonard Brito
Neurocirurgião - Médico da Dor

Tumores Cerebrais: Entenda o Tratamento dos Gliomas de Baixo Grau (GBG)

  • Foto do escritor: Leonard Rocha F. de Brito
    Leonard Rocha F. de Brito
  • 2 de jul.
  • 2 min de leitura

Os gliomas de baixo grau (GBG) são tumores cerebrais primários de comportamento indolente, mas que apresentam evolução progressiva ao longo do tempo. Incluem diferentes tipos histológicos, como:

  • Oligodendroglioma

  • Oligoastrocitoma

  • Astrocitoma

  • Astrocitoma Difuso


Mesmo sendo neoplasias de baixo grau de malignidade, invariavelmente podem evoluir para formas mais agressivas se não diagnosticadas e tratadas adequadamente.


🧠 Características Clínicas e Diagnóstico

Geralmente, os GBG são oligossintomáticos, ou seja, apresentam poucos sintomas. Em muitos casos, a primeira manifestação clínica é uma crise convulsiva.

A tomografia computadorizada (TC) pode não ser conclusiva. Já a ressonância magnética (RM) é essencial.


🔬 Prognóstico e Evolução Natural

  • Cerca de 40% dos GBG transformam-se em tumores de alto grau em até 5 anos.

  • A sobrevida média é de 4 a 7 anos para cerca de 50% dos pacientes, e apenas 15% ultrapassam 10 anos sem progressão.

Mesmo sendo de crescimento lento, esses tumores podem levar à morte se não manejados de forma adequada.


🧬 Importância da Genética e Imunohistoquímica

A análise molecular é indispensável para classificar corretamente o tumor e definir o melhor tratamento:

  • Codeleção 1p/19q: indica tumor de linhagem oligodendroglial, com melhor resposta à radioterapia.

  • Mutação do gene IDH: associada a melhor prognóstico.

  • P53 positivo: sugere astrocitoma.


🔎 Exames Complementares

Na neuroimagem avançada:

  • Pico elevado de colina: indica alta densidade de células tumorais.

  • Redução de N-acetil aspartato (NAA): revela perda neuronal.

  • A colina elevada reflete degradação da membrana celular.


⚙️ Tratamento Cirúrgico: Ponto Fundamental

O tratamento principal dos astrocitomas de baixo grau é cirúrgico. Estudos como o do Dr. Mitchel Berger (2008) demonstram que o grau de ressecção impacta diretamente na sobrevida:

  • Ressecção total: até 70% de sobrevida em 10 anos.

  • Ressecção parcial: cerca de 25% em 10 anos.

Para maximizar a remoção e reduzir riscos, técnicas modernas são fundamentais:

  • Neuronavegação

  • Aspirador ultrassônico

  • Neuroestimulação

  • RM intraoperatória com tratografia

  • Mapeamento cerebral (Brain Mapping)


📌 Considerações Finais

Os gliomas de baixo grau devem sempre ser avaliados sob a ótica molecular e tratados com abordagem cirúrgica precisa, buscando a maior ressecção possível sem comprometer áreas funcionais do cérebro.


A chave para bons resultados está na tecnologia e na experiência da equipe neurocirúrgica.

 
 
 

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