Dr. Leonard Brito
Neurocirurgião - Médico da Dor
Procedimentos

ENDOSCOPIA DE COLUNA
A endoscopia de coluna é uma técnica cirúrgica moderna, classificada como procedimento minimamente invasivo, indicada principalmente para o tratamento de condições como hérnia de disco e estenose espinhal.
Por se tratar de uma técnica menos agressiva, a incisão necessária costuma ter no máximo 1 centímetro, o que reduz significativamente o trauma cirúrgico, o tempo de internação e acelera a recuperação do paciente.
Como funciona a endoscopia de coluna?
O procedimento é realizado com o auxílio de um endoscópio — um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição na extremidade. Esse instrumento é introduzido até a região da coluna onde há a lesão.
Graças à câmera, o cirurgião consegue visualizar em tempo real as estruturas internas da coluna vertebral, identificando com precisão a hérnia, a compressão ou outras alterações.
Por meio do próprio canal do endoscópio, são inseridas ferramentas cirúrgicas delicadas que permitem remover a hérnia de disco, descomprimir raízes nervosas comprimidas ou realizar outros reparos necessários, tudo com mínima agressão aos tecidos ao redor.
Quais são os benefícios?
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Menor incisão e cicatriz reduzida
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Menor risco de infecção
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Menos sangramento
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Recuperação mais rápida
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Alta hospitalar geralmente no mesmo dia ou no dia seguinte
Por essas vantagens, a endoscopia de coluna tem se tornado uma excelente alternativa para muitos pacientes que sofrem com dores crônicas decorrentes de hérnias de disco e outras condições degenerativas.
No entanto, a indicação deve sempre ser avaliada individualmente por um especialista em cirurgia da coluna, considerando fatores como tipo e localização da lesão, idade e condições de saúde do paciente.
ARTRODESE DE COLUNA
A artrodese de coluna é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo promover a fusão óssea definitiva entre duas ou mais vértebras, proporcionando maior estabilidade à coluna vertebral. Para isso, utilizam-se enxertos ósseos, normalmente do próprio paciente, além de implantes como parafusos, hastes e placas metálicas. Esses dispositivos mantêm a coluna alinhada e estável até que ocorra a fusão natural do osso.
Tipos de Artrodese
Artrodese Cervical
Indicada para tratar problemas na região do pescoço, como hérnias cervicais graves ou instabilidade vertebral.
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Acesso: a abordagem mais comum é anterior, realizada pela parte da frente do pescoço.
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Técnica: o disco intervertebral danificado é removido e substituído por um enxerto ósseo ou um espaçador (cage). Em muitos casos, uma placa com parafusos é utilizada para manter as vértebras na posição adequada durante o processo de cicatrização.
Artrodese Lombar
Mais frequentemente realizada na região inferior das costas, indicada em casos de instabilidade, deformidades ou doenças degenerativas.
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Acesso: normalmente é feita pela abordagem posterior (pelas costas), mas pode ser anterior ou lateral em situações específicas.
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Técnica: assim como na cervical, o disco intervertebral é removido e substituído por um enxerto ósseo ou cage. Parafusos e hastes são fixados para garantir a estabilidade da coluna até a fusão óssea.
Principais Benefícios
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Redução significativa da dor causada por instabilidade ou compressão nervosa.
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Melhora da qualidade de vida, permitindo o retorno a atividades cotidianas com mais segurança.
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Correção de deformidades da coluna, restabelecendo o alinhamento e prevenindo agravamentos.


VERTEBROPLASTIA E CIFOPLASTIA
As fraturas por compressão das vértebras são uma condição relativamente comum, especialmente em pacientes com osteoporose ou com presença de tumores que fragilizam a estrutura óssea da coluna. Para esses casos, a vertebroplastia e a cifoplastia surgem como opções seguras e eficazes para aliviar a dor, restaurar a estabilidade da coluna e melhorar a qualidade de vida do paciente.
O que é Vertebroplastia?
A vertebroplastia é um procedimento minimamente invasivo que consiste na injeção de um cimento ósseo — chamado polimetilmetacrilato (PMMA) — diretamente na vértebra fraturada. Esse cimento preenche fissuras e lacunas, promovendo o fortalecimento da vértebra e prevenindo o colapso progressivo.
O procedimento é realizado com o paciente sedado, através de uma pequena incisão na pele, geralmente na região das costas. Com o auxílio de imagens em tempo real (fluoroscopia), o cirurgião posiciona uma agulha fina no local exato da fratura, garantindo a aplicação precisa do cimento ósseo. O material se solidifica rapidamente, oferecendo sustentação imediata.
Quais os Benefícios?
✅ Alívio rápido da dor: Muitos pacientes relatam melhora significativa ou até mesmo alívio imediato das dores, já na recuperação inicial.
✅ Recuperação ágil: A maioria dos pacientes retorna para casa no mesmo dia ou no dia seguinte, com capacidade de retomar atividades leves em poucos dias.
✅ Procedimento seguro e eficaz: Estudos mostram alta taxa de sucesso e baixa incidência de complicações quando realizado por equipes experientes.
E a Cifoplastia?
A cifoplastia é uma técnica semelhante à vertebroplastia, porém com uma etapa adicional: antes de injetar o cimento, é inserido um balão na vértebra fraturada. Esse balão é inflado cuidadosamente para tentar restaurar parte da altura original da vértebra comprimida. Após a abertura do espaço, o cimento é injetado para manter essa correção.
Assim, além da estabilização, a cifoplastia pode trazer benefícios estéticos e funcionais, reduzindo deformidades da coluna e melhorando a postura.
Considerações Finais
A decisão entre vertebroplastia e cifoplastia depende de uma avaliação individualizada, considerando o tipo e a gravidade da fratura, as condições clínicas do paciente e os objetivos do tratamento.
Converse com seu médico especialista para entender qual é a melhor opção para o seu caso. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para restaurar a mobilidade, aliviar a dor e devolver qualidade de vida.
BLOQUEIOS. INFILTRAÇÕES PARA TRATAMENTO DA DOR
A dor crônica é uma condição que impacta diretamente a qualidade de vida de milhares de pessoas, limitando atividades do dia a dia e comprometendo o bem-estar físico e emocional. Dentre as opções terapêuticas disponíveis, os bloqueios anestésicos — também chamados de infiltrações — representam uma alternativa eficaz, segura e minimamente invasiva para o controle de dores musculoesqueléticas, articulares e neuropáticas.
O que são os bloqueios para dor?
Os bloqueios consistem na aplicação de medicamentos, como anestésicos locais e corticoides, diretamente em regiões específicas do sistema nervoso, articulações ou raízes nervosas. O objetivo é interromper a transmissão dos sinais de dor para o cérebro ou reduzir processos inflamatórios que agravam o quadro doloroso.
Esse procedimento é realizado com guia de imagem — como ultrassom ou fluoroscopia — garantindo precisão e maior segurança ao paciente. Na maioria dos casos, é realizado em ambiente ambulatorial ou centro cirúrgico, com rápida recuperação.
Principais tipos de bloqueios
Os bloqueios podem ser indicados para diferentes condições e regiões anatômicas. Entre os principais tipos, destacam-se:
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Bloqueio da raiz nervosa (radicular): indicado para dores irradiadas, como as ciatalgias.
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Bloqueio das facetas articulares: utilizado para dores lombares ou cervicais de origem articular.
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Bloqueio da articulação sacroilíaca: recomendado em casos de inflamação ou disfunção nesta articulação.
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Bloqueios de plexos simpáticos: empregados no manejo de dores crônicas complexas, como dores pélvicas ou membros inferiores.
Quando os bloqueios são indicados?
Os bloqueios são indicados principalmente em pacientes que não obtiveram resposta satisfatória apenas com medicamentos orais ou fisioterapia. Além de proporcionarem alívio rápido dos sintomas, podem funcionar como ferramenta diagnóstica, ajudando a identificar a origem exata da dor.
Benefícios do procedimento
✔️ Procedimento minimamente invasivo
✔️ Realizado sob sedação leve ou anestesia local
✔️ Retorno rápido às atividades
✔️ Melhora da qualidade de vida


FIBROMIALGIA E DORES CRONICAS DE DIFICIL CONTROLE
A fibromialgia é uma condição complexa e desafiadora, caracterizada por dor crônica difusa e sensibilidade aumentada em diversos pontos do corpo. Uma das explicações para essa dor persistente é a chamada sensibilização central, um fenômeno em que o cérebro e a medula espinhal tornam-se mais sensíveis a estímulos que normalmente não causariam dor, amplificando a percepção dolorosa.
Para casos de dores crônicas de difícil controle, como a fibromialgia e a Síndrome de Dor Regional Complexa (SDRC), uma alternativa terapêutica que pode ser indicada é o bloqueio simpático endovenoso.
O que é o Bloqueio Simpático Endovenoso?
Trata-se de uma técnica minimamente invasiva, na qual medicamentos são administrados diretamente na corrente sanguínea para atuar no sistema nervoso simpático — responsável por funções automáticas do corpo, como regulação do fluxo sanguíneo, batimentos cardíacos e resposta ao estresse.
Ao reduzir ou bloquear a hiperatividade deste sistema, é possível melhorar a circulação, aliviar espasmos vasculares e, principalmente, reduzir a intensidade da dor crônica em alguns pacientes.
Quando é Indicado?
O bloqueio simpático endovenoso pode ser recomendado para pacientes com:
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Fibromialgia refratária, que não responde adequadamente a tratamentos convencionais;
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Síndrome de Dor Regional Complexa (SDRC);
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Doenças vasculares associadas à dor crônica.
Resultados Esperados
Embora não seja uma cura definitiva, o procedimento pode proporcionar:
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Diminuição significativa da dor;
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Melhora da qualidade de vida;
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Redução da necessidade de uso contínuo de medicamentos orais em alguns casos.
É essencial que o procedimento seja indicado e realizado por um especialista em Medicina da Dor, garantindo segurança e eficácia no manejo de cada caso.

TUMOR E METASTASES CEREBRAIS
Os tumores cerebrais e as metástases no cérebro são condições que exigem atenção especializada e um tratamento individualizado. A cirurgia é um dos principais pilares nesse contexto e costuma ser indicada por diversos motivos, sempre considerando a segurança e o benefício para o paciente.
Qual é o objetivo da cirurgia para tumor ou metástase cerebral?
A cirurgia realizada por um neurocirurgião experiente tem como objetivos principais:
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Remoção total ou parcial do tumor: Quando possível, o objetivo é retirar o máximo de tecido tumoral, preservando áreas saudáveis do cérebro.
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Redução de sintomas: Muitos pacientes experimentam melhora significativa de sintomas como dores de cabeça intensas, convulsões de difícil controle ou déficits neurológicos, como perda de força ou dificuldades na fala.
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Confirmação diagnóstica: Em alguns casos, a cirurgia também serve para coletar uma amostra do tumor (biópsia), permitindo um diagnóstico preciso e definindo o melhor tratamento complementar.
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Qualidade de vida e sobrevida: Além de aliviar sintomas, o procedimento pode contribuir para prolongar a vida do paciente e oferecer uma rotina com menos limitações.
A importância do acompanhamento especializado
Cada caso é avaliado de forma individual. O planejamento cirúrgico conta com exames de imagem de alta precisão, tecnologia de monitorização intraoperatória e uma equipe multidisciplinar para garantir máxima segurança durante todo o processo.
HERPES ZOSTER
O Herpes Zoster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma infecção causada pela reativação do vírus Varicela-Zoster — o mesmo vírus da catapora. Em alguns casos, essa doença provoca dores intensas e persistentes, que podem comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente, mesmo após a fase aguda da infecção.
Uma das principais complicações é a neuralgia pós-herpética, caracterizada por dores crônicas na região afetada, mesmo após a cicatrização das lesões cutâneas.
Para quadros de dor intensa, uma abordagem terapêutica eficiente é o bloqueio de nervo periférico. Esse procedimento tem como objetivo interromper temporariamente a transmissão dos sinais de dor pelo nervo acometido.
Durante o bloqueio, o médico injeta um anestésico local — ou uma combinação de anestésico e corticoide — ao redor do nervo afetado. Esse método promove alívio significativo da dor, permitindo que o paciente tenha maior conforto e qualidade de vida durante a recuperação.
Vale ressaltar que o efeito do bloqueio é temporário, mas o procedimento pode ser repetido, de acordo com a avaliação médica, sempre considerando a evolução clínica do quadro doloroso.
Portanto, para pacientes que sofrem com dores incapacitantes associadas ao Herpes Zoster, o bloqueio de nervo periférico é uma opção segura, minimamente invasiva e eficaz, integrando-se a um plano de tratamento individualizado.

HIDROCEFALIA
A hidrocefalia é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais, o que pode levar ao aumento da pressão dentro do crânio e causar danos ao tecido cerebral. O tratamento cirúrgico visa normalizar o fluxo e a drenagem desse líquido, prevenindo complicações e preservando a qualidade de vida do paciente.
Endoscopia Cerebral (Ventriculostomia)
A ventriculostomia endoscópica é uma técnica minimamente invasiva indicada principalmente para casos de hidrocefalia não comunicante. Nesse procedimento, o neurocirurgião insere um endoscópio — um tubo fino equipado com uma microcâmera — através de uma pequena abertura no crânio.
O objetivo é criar uma nova passagem no fundo do ventrículo cerebral, permitindo que o LCR flua para áreas onde possa ser reabsorvido de forma natural, reduzindo a pressão intracraniana.
Principais vantagens:
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Técnica menos invasiva que a derivação convencional.
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Menor risco de infecção.
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Menor chance de complicações de longo prazo.
Derivação Ventriculoperitoneal (DVP)
A derivação ventriculoperitoneal é o método mais tradicional e amplamente utilizado no manejo da hidrocefalia. Esse procedimento consiste na implantação de um sistema de drenagem que redireciona o excesso de LCR dos ventrículos cerebrais para outra parte do corpo — geralmente a cavidade abdominal — onde o líquido é reabsorvido pelo organismo.
O sistema é composto por:
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Um cateter que é inserido nos ventrículos.
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Uma válvula que regula a quantidade de líquido drenado.
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Um tubo que transporta o LCR até o peritônio.
Essa técnica é eficaz para controlar o volume do LCR, prevenindo o aumento da pressão intracraniana e suas consequências.
Considerações Finais
A escolha do tratamento mais adequado depende de uma avaliação individualizada, considerando o tipo de hidrocefalia, as condições clínicas do paciente e a indicação médica. Ambas as técnicas têm como objetivo proporcionar mais segurança e qualidade de vida, reduzindo os riscos associados à pressão intracraniana elevada.


MICROCIRURGIA VASCULAR INTRACRANIANA
Um aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria dentro do cérebro, geralmente causada por uma área enfraquecida na parede arterial. Com o passar do tempo, esse ponto de fragilidade pode aumentar de tamanho e, se não tratado adequadamente, pode se romper, provocando uma hemorragia subaracnóidea — um tipo grave de sangramento entre o cérebro e as membranas que o protegem. O risco de ruptura cresce proporcionalmente ao tamanho do aneurisma.
Os aneurismas cerebrais são classificados conforme a localização e o diâmetro, sendo mais comuns nas bifurcações de grandes artérias intracranianas, como a artéria cerebral anterior, a artéria comunicante anterior e a artéria basilar.
Qual é o objetivo da microcirurgia vascular?
A microcirurgia vascular intracraniana tem como principal finalidade evitar a ruptura de um aneurisma identificado precocemente ou controlar uma hemorragia já instalada, reduzindo os danos ao tecido cerebral.
Trata-se de uma técnica de alta complexidade que utiliza microscópios cirúrgicos, pinças e clipes vasculares especiais. Por meio dela, o neurocirurgião consegue acessar estruturas profundas com alta precisão, isolando o aneurisma do fluxo sanguíneo ou, em alguns casos, removendo a lesão vascular.
Como é feita a microcirurgia?
Durante o procedimento, o cirurgião realiza uma abertura no crânio (craniotomia) para acessar o vaso afetado. Com auxílio de técnicas microcirúrgicas, o aneurisma é cuidadosamente dissecado e isolado, sendo posicionado um clipe vascular para interromper o fluxo de sangue na área dilatada, prevenindo nova hemorragia.
Em situações em que o aneurisma já se rompeu, a intervenção é uma medida de urgência para conter o sangramento, remover coágulos e preservar ao máximo as funções neurológicas do paciente.